A Ancilostomíase, também conhecida popularmente como amarelão, é uma doença parasitária causada por helmintos intestinais denominados Ancylostoma duodenale e Necator americanus. São parasitas que vivem seu estágio larval no solo, mas que podem penetrar na pele humana e desencadear um processo patológico, queserá descrito a seguir.
Basicamente, um indivíduo que tem contato direto com solo contaminado por larvas de ancilostomídeos, pode ter sua pele ou mucosas penetradas por estas larvas, que percorrem um caminho até chegar ao estômago. Lá, elas penetram na corrente sanguínea e são levadas para os alvéolos, onde migram para o esôfago onde são deglutidas e percorrem o trato digestivo até chegar ao intestino delgado. Durante esse processo elas atingem sua fase adulta, chegando ao intestino prontas para se fixar à parede intestinal com o auxílio de pequenas presas de sua cápsula bucal. Fixadas, dão início ao processo espoliativo, consumindo o sangue de seu hospedeiro de forma crônica.
As principais manifestações clínicas da doença incluem as reações de hipersensibilidade da pele, devido à penetração da larva, bem como uma eosinofilia pulmonar em decorrência do processo de migração dessa larva no organismo. São relatadas também dores abdominais, diarréia, fezes sanguinolentas, anemia e fraqueza com fadiga. O indivíduo anêmico adquire um aspecto pálido, amarelado, daí o nome popular da doença.
Seu diagnóstico é realizado no setor de parasitologia, utilizando como amostra as fezes do indivíduo infectado. Nessas fezes, é possível encontrar ovos oriundos do acasalamento de vermes machos e fêmeas dentro do hospedeiro, que libera os ovos nas fezes. Esses ovos possuem características morfológicas específicas, como a dupla camada delgada e as células embrionárias ou larvas dentro da estrutura do ovo, que podem ser facilmente observadas em microscopia óptica.
As principais técnicas diagnósticas escolhidas para o preparo das amostras são as
técnicas de concentração por Lutz e a técnica por flutuação de ovos por Willis. Cabe ao
profissional analista clínico definir protocolos de diagnóstico parasitológico adequados
para cada realidade clínica.
Por Denilson de Araújo de Silva
Graduando em Biomedicina pelo Centro Universitário UNINOVAFAPI
Pós-Graduando em Microbiologia Clínica pelo Instituto GPI