A síndrome de Burnout, que afeta cada vez mais trabalhadores, foi o foco da palestra do Dr. Saulo Soares (@saulosoaresphd), coordenador da Pós-graduação em Medicina do Trabalho da Faculdade GPI, durante o II Simpósio da Associação Brasiliense de Medicina do Trabalho (ABRAMT).
O evento, realizado em Brasília, reuniu especialistas para discutir os desafios da saúde mental no ambiente de trabalho, com destaque para os riscos psicossociais.
Na palestra, Dr. Saulo trouxe à tona as atualizações mais recentes sobre a síndrome de Burnout, uma condição caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal, causada principalmente pelo estresse crônico no ambiente profissional.
Apesar disso, ele ressaltou que, embora o debate sobre o tema esteja crescendo, as empresas estatais se tornaram os maiores focos de adoecimento mental entre os empregados públicos celetistas, especialmente devido ao assédio moral organizacional.
O impacto dos riscos psicossociais nas estatais
As empresas estatais, regidas pela CLT e com ingresso via concurso público, se tornaram ambientes altamente prejudiciais à saúde mental dos empregados.
Gestores indicados politicamente, muitas vezes sem qualificação técnica ou inteligência emocional, são os principais responsáveis pela criação de ambientes de trabalho tóxicos.
Além disso, o assédio moral agrava esse cenário, fazendo com que os trabalhadores enfrentem dificuldades significativas. Como resultado, muitos acabam desenvolvendo Burnout.
Atualmente, os maiores focos de adoecimento mental estão justamente nessas empresas, e não em companhias privadas ou no serviço público estatutário.
Os trabalhadores enfrentam riscos psicossociais elevados, o que reforça a necessidade urgente de políticas claras e mecanismos eficazes para combater o assédio moral. A criação de ambientes de trabalho mais saudáveis é um passo essencial para reverter esse quadro.
Prevenção e combate ao Burnout no ambiente de trabalho
Para combater o Burnout, a prevenção deve ser prioridade tanto nas empresas privadas quanto no setor público.
Por exemplo, medidas como políticas de bem-estar no trabalho e a criação de canais anônimos de denúncia para casos de assédio moral são fundamentais.
Além disso, é essencial oferecer apoio psicológico e legal aos empregados afetados por esses riscos.
Gestores precisam adotar uma postura proativa, reconhecendo os sinais de exaustão emocional e mental entre os colaboradores.
Treinamentos de inteligência emocional, liderança humanizada e também feedback estruturado são algumas das iniciativas que podem melhorar o ambiente de trabalho, minimizando os impactos do estresse crônico e evitando o Burnout.
Síndrome de Burnout: como reconhecer e agir
A síndrome de Burnout, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional, pode se manifestar de diversas maneiras. Entre os principais sintomas estão:
- Exaustão emocional: Sensação de esgotamento contínuo.
- Despersonalização: Comportamento de distanciamento, apatia ou cinismo em relação ao trabalho e colegas.
- Redução da realização pessoal: Sentimento de ineficácia e falta de motivação.
Tanto empresas quanto trabalhadores devem estar atentos aos primeiros sinais de Burnout e assim agir imediatamente para mitigar seus efeitos.
Prevenir e intervir precocemente são passos cruciais não só para proteger a saúde mental dos colaboradores, mas também para garantir um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
A discussão levantada no II Simpósio ABRAMT também reforçou que a síndrome de Burnout e os riscos psicossociais no ambiente de trabalho exigem atenção imediata e não podem ser mais ignorados.
O combate ao assédio moral e a implementação de políticas de saúde mental são ações indispensáveis para assegurar que os trabalhadores tenham acesso a um ambiente saudável e livre de estresse crônico.