No dia 23 de abril de 2021 se deu início a Especialização em Citologia Clínica do Instituto GPI, com o primeiro módulo intitulado: Anatomia, Fisiologia e Histologia do Trato Genital Feminino, ministrado pelo Professor Luciano Lopes durante os dias 23, 24 e 25, através de plataforma de aprendizado virtual como recomendado pelas medidas sanitárias mais recentes, auxiliando no combate à transmissão da COVID-19.
O Módulo I, dividido em 3 dias de atividades e exposições, trouxe importantes informações e atualizações em estudos anatômicos acerca do trato genital feminino. A Citologia Clínica é a área laboratorial que tem como foco a análise de alterações morfocelulares indicativas de patologias derivadas das mais diversas interações e agressões que o organismo venha a sofrer.
Embora o foco seja o trato genital feminino, principal área em que exames citopatológicos são concentrados, o profissional citopatologista possui um leque extenso de atuações em análises celulares de outros sítios anatômicos, como as mucosas intestinais, orais e a análise de outros conjuntos celulares.
Voltando-se para a análise do sistema genital feminino, os exames citopatológicos correspondem à uma grande ferramenta na prevenção e no diagnóstico de alterações malignas do trato genital, que podem ser causadas por distúrbios hormonais, infecções virais, bacterianas e até mesmo causas genéticas, que podem levar à formação de tumores malignos ou benignos.
A prevenção ao Câncer do Colo do Útero é a principal diretriz na atuação do profissional citopatologista, pois ele é o responsável pela análise de achados citomorfológicos em lâmina que podem levar ao diagnóstico precoce e aumentar as chances de cura de uma paciente, daí a importância de uma formação básica ampla e bem trabalhada.
A combinação dos estudos anatômicos, fisiológicos e histológicos deste sistema permite que o (futuro) profissional citopatologista tenha um conhecimento amplo acerca do funcionamento geral não só do sistema genital feminino, mas de todo o processo de análise do exame citopatológico, desde os princípios da técnica, preparação de pacientes, métodos de coleta, observações pertinentes e formas de análise. Veja a seguir como cada área pode contribuir ativamente na formação deste profissional.
Anatomia do Trato Genital Feminino
O trato genital feminino é um órgão complexo e formado por partes importantes na manutenção da fisiologia e equilíbrio da região genital. A vagina é um órgão aberto, diferentemente do que acontece no homem, o que pode ser um fator promotor da proliferação descontrolada de bactérias e fungos que podem causar infecções dos mais diversos tipos. Internamente, a vagina leva ao canal cervical, também conhecido como colo do útero, que leva ao órgão detentor deste nome. O útero é um órgão mais interno, que leva às trompas uterinas e aos ovários. Todo esse sistema tem o objetivo de regular o ciclo fértil da mulher e promover a liberação de um ovócito que pode ser fecundado e dar
levar à formação de um novo ser. Essa junção entre a vagina externa e o colo do útero é o principal foco da avaliação citopatológica, pois é onde se encontram alterações citomorfológicas condizentes com alguns quadros patológicos.
Fisiologia do Trato Genital Feminino
Além de seus aspectos anatômicos, a fisiologia do trato genital feminino auxilia na manutenção e equilíbrio de todo esse sistema. O pH da região vaginal tende a ser ácido, graças à ação de agentes microbianos e substâncias liberadas de forma exógena. Esse pH ácido é de extrema importância para a saúde feminina pois impede a proliferação de agentes infecciosos como fungos e outras bactérias que podem provocar infecções prejudiciais, como por exemplo aquelas que envolvem o sistema urinário. A ação de bactérias na região vaginal é um importante indicador de saúde e equilíbrio genital, sendo
função do citopatologista analisar esses fatores através de exames de microscopia. Distúrbios hormonais e a ação do ciclo menstrual sobre a mucosa vaginal e endocervical também são indicadores importantes à serem avaliados pelo profissional citopatologista.
Histologia do Trato Genital Feminino
Os aspectos histopatológicos são a chave para um bom diagnóstico a ser realizado pelo profissional citopatologista. Conhecer bem cada uma das variações celulares e dos tecidos que são formados por essas células permite que o profissional entenda e compare parâmetros que se encontram dentro dos padrões aceitáveis dentro da normalidade saudável e parâmetros que apresentem alterações variadas entre leves, moderadas e graves. Sendo formado por majoritariamente dois tipos celulares distintos, a região de transição entre o trato vaginal e a endocérvice é o foco de análise da citopatologia, pois é onde se encontram as principais alterações patológicas indicativas de distúrbios específicos, como o Câncer de Colo de Útero causado pela infecção pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV). O exame de Papanicolau, ou exame citopatológico do colo do útero, é o exame baseado em microscopia do raspado da região de transição entre essas duas regiões do
trato genital feminino, que permite a observação de alterações celulares, morfológicas, fisiológicas e microbiológicas indicativas e que permitem ao observador construir um laudo informativo, conciso e completo de sua paciente.
Discutidas de forma grandiosa pelo professor Luciano Lopes, frisando a importância do conhecimento básico em anatomia, fisiologia e histologia para a construção do profissional citopatologista, o módulo ocorreu de forma harmônica, interativa, permitindo aos alunos um aprendizado amplo e completo dos principais aspectos destas áreas, que com toda a certeza contribuirão para a formação de profissionais ímpares, dedicados e extremamente competentes. Sendo uma área que cresce em profissionais e em demanda, a Citologia Clínica é uma promissora área de atuação, inserida nos setores públicos e privados da rede de atenção básica em todo o Brasil.
O segundo módulo da Especialização em Citologia Clínica do Instituto GPI está previsto para ocorrer no mês de Maio. As matrículas continuam abertas e você também pode fazer parte desta área de atuação tão promissora. Entre em contato e faça sua matrícula.
Por Denilson de Araújo e Silva
Graduando em Biomedicina pelo Centro Universitário UNINOVAFAPI
Pós-Graduando em Microbiologia Clínica pelo Instituto GPI