Infecções do sistema geniturinário podem ser causadas por diversos agentes biológicos, como bactérias, protozoários e alguns tipos de fungos. Tanto em homens quanto em mulheres podem provocar inflamações à nível de uretra, bexiga ou rins, sendo o diagnóstico da urinálise e microbiologia essenciais na elucidação das causas da infecção. Em mulheres, pode ocorrer um processo denominado Vulvovaginite, que é caracterizado como a inflamação dos canais urinários e também da mucosa genital feminina, provocando lesões características, manifestações clínicas evidentes e, na maioria dos casos, uma causa comum: a infecção por Candida albicans. Pode acometer mulheres em diversas faixas etárias, porém, quando a infecção ocorre em crianças é necessário que se haja uma atenção maior no tratamento da infecção, denominada de Vulvovaginite Infantil.
Em crianças, deve-se estar atento aos fatores que provocaram a infecção. O hábito de sentar-se sob a terra ou o manejo de animais domésticos, o uso prolongado de fraldas e o uso de roupas sujas podem ser fatores primordiais no processo de proliferação fúngica em crianças menores de 7 anos. A imunidade infantil está diretamente relacionada com o perfil nutricional do indivíduo, sendo a má nutrição um dos principais promotores do desenvolvimento de infecções infantis, inclusive, infecções do trato geniturinário.
A Vulvovaginite Infantil provoca uma gama de sintomas semelhantes aos sintomas encontrados em indivíduos adultos. O prurido intenso incomoda a criança, que tende a chorar sempre que vai ao banheiro fazer xixi ou tomar banho. A vermelhidão local é comum, já que a mucosa se encontra inflamada, ocorrendo também dificuldade no ato de micção. Meninas na faixa etária de 2 a 7 anos tem mais probabilidade de desenvolver a infecção, segundo estudos realizados.
Geralmente sem um agente etiológico específico, a infecção pode causar corrimento vaginal em crianças em até 7 em cada 10 casos, a depender dos níveis hormonais do indivíduo, imunidade, dentre outros. Crianças e adolescentes do sexo feminino tendem a ter infecções devido à fisiologia anatômica do trato genital e falta de higiene pessoal. Nesta fase, a vulva é vulnerável, pois não possui os grandes lábios totalmente desenvolvidos e nem pelos. Além disso, a vulva é muito próxima ao ânus, aumentando o risco de contaminação.
A prevenção é a principal forma de combate à infecção em crianças, devendo ser realizada através da higiene pessoal feita de forma adequada, a utilização de fraldas por períodos não tão longos, vestimentas limpas e deixar a criança brincar apenas em espaços limpos e seguros, sem contaminações por fezes de animais como cães e gatos.
O diagnóstico da infecção é de fundamental importância no manejo clínico e medicamentoso do paciente, sendo papel do profissional microbiologista conduzir o diagnóstico da forma mais eficaz possível, para a identificação do agente etiológico da infecção.
A cultura é o principal meio de se diagnosticar e identifica o agente etiológico da infecção, direcionando o tratamento para a melhor terapia e manejo do paciente. Um profissional qualificado está atualizado no que se referem às infecções do trato geniturinário e acerca dos principais achados laboratoriais na rotina de microbiologia.
Por Denilson de Araújo e Silva
Graduando em Biomedicina pelo Centro Universitário UNINOVAFAPI
Pós-Graduando em Microbiologia Clínica pelo Instituto GPI